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Maria e os vicentinos

mariaO confrade João Marcos Andrietta, ex-vice-presidente do Conselho Nacional do Brasil, escreve um artigo exclusivo para o site SSVPBRASIL sobre a Festa da Imaculada Conceição, celebrada hoje. O vicentino mora em Salto (interior de São Paulo) e sofre de uma doença degenerativa crônica. Mesmo acamado, dá testemunhos de fé e amor aos Pobres, principalmente por meio de cartas e consultorias.

Salto, 6 de Novembro de 2014

Tema: FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO

As Cinco Lições de Maria

A Sociedade de São Vicente de Paulo comemora – buscando sempre vivenciar com muito entusiasmo – a Festa da Imaculada Conceição. E neste ano não será diferente. Contudo, temos que aproveitar esta oportunidade para ampliar os nossos horizontes sobre a influência da Virgem Maria na vocação vicentina.

Assim sendo, propomos nesta data uma reflexão, alicerçada em “Cinco Lições de Maria”, com o objetivo de fortalecer a nossa vida de serviço aos Pobres. Antes, porém, cabem relembrar três acontecimentos de suma importância para aprofundarmos na compreensão, respeito da teologia e espiritualidade Mariana. Vejamos:

1. Na Anunciação, o Anjo Gabriel disse “Ave cheia de graça”, e neste anúncio, a Igreja Católica entende que o significado da saudação à Maria revela o dogma e o mistério da Conceição Imaculada, fazendo com que a beleza deste mistério desvende que Maria foi concebida sem o pecado original, ou seja, pura, isenta de mancha, portanto Imaculada. E desta maneira, Deus preparou a Mãe para o seu Filho, gerado pelo Espírito Santo;

2. O Catecismo da Igreja Católica confirma – categoricamente – que Maria foi eleita por Deus para viver a maternidade de Jesus, e como consequência, Deus preservou Maria sem pecado até o fim de sua vida;

3. No dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX decretou como dogma de fé a doutrina que ensina ter sido a Mãe de Deus concebida sem mancha, por um privilégio divino.

Vale também destacar a marca eterna que a Virgem Maria deixou como herança para a Família Vicentina e o mundo católico, qual seja: em 27 de novembro de 1830 Nossa Senhora apareceu a Santa Catarina Labouré, na Capela das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris, e lhe pediu para mandar cunhar e propagar a devoção à chamada “Medalha Milagrosa”, precisamente com esta inscrição: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Depois de ressaltarmos fatos relevantes que reafirmam o mistério e o dogma da Imaculada Conceição, podemos retomar o propósito principal desta meditação, apontando as “Cinco Lições de Maria”:

1ª Lição: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1, 38). Consideramos esta frase a mais importante declaração da história da humanidade, pois a resposta de Maria ao Anjo Gabriel mudou a perspectiva dos “homens de boa vontade…”. Temos que admitir: o “Faça-se” de Maria consumou a promessa de Deus “e o verbo se fez carne”. Surge então a pergunta: estamos seguindo este ensinamento, ou seja, a nossa existência como Vicentinos é vivida com a determinação de “cumprir a Palavra” de Deus, que nos chamou para servir aos Pobres de modo incondicional e com um “amor afetivo e inventivo ao infinito”?

2ª Lição: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, meu espírito se alegra em Deus meu Salvador” (Lucas 1, 46-47). Suscitamos a indagação: em nossa vivência vicentina, somos proclamadores da “grandeza do Senhor”?

3ª Lição: “Porque olhou para a humildade de sua serva” (Lucas 1, 48). Este pronunciamento contido no “Cântico de Maria” reflete com perfeição a pedagogia de Nossa Senhora, que deseja aos seus Filhos que tenham a virtude da humildade. Como servidores dos Pobres, cumprimos fielmente o que aprendemos com Maria, servindo aos Pobres com humildade?

4ª Lição: “Derruba do trono os poderosos e eleva os humildes” (Lucas 1, 52). Na missão vicentina – designada por Deus a cada um de nós – nos empenhamos com todas as nossas forças para “elevar os humildes”, promovendo os Pobres confiados a nós pela Mãe dos humildes?

5ª Lição: “Aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias” (Lucas 1, 53). Vivendo como “Missionários na Caridade” para ajudar o próximo que sofre, conseguimos saciar “os famintos” não só de alimento material, mas especialmente, do alimento espiritual?

Diante dos questionamentos apresentados nesta reflexão, com a finalidade de provocar em nós vicentinos uma reavaliação para sabermos como está a nossa espiritualidade vicentina, por meio do paralelo com as “Cinco Lições de Maria”, observamos que é vital respondermos a nós mesmos: nos apoderamos do pedido de Jesus feito ao Apóstolo João – no instante terminal de Sua vida terrena – “Filho, eis aí a sua Mãe!” e assumimos em nossas vidas o pleno acolhimento de Maria?

Por fim, suplicamos a Deus que nos conceda muita saúde para perseverarmos à disposição dos Pobres! E a Maria da Imaculada Conceição, Mãe de Jesus, dos Pobres e dos vicentinos, que olhe por nós!

Seu irmão menor,
Confrade João Marcos Andrietta

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