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Sejamos combatentes das violências que estão ao nosso alcance

Consócia Maria Amélia

Todos os anos a Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB) apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal. Um caminho pessoal, comunitário e social  que nos desperta para os sentimentos de Jesus Cristo crucificado e ressuscitado.

O tema da CF desse ano é “Fraternidade e superação da Violência” e o lema “Vós sois todos irmãos.” (Mt 23,8).

A Igreja católica celebra ainda, o Ano Nacional do Laicato, com o tema “Cristãos leigos e leigas , sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino”, e o lema “Sal da terra e luz do mundo”. (Mat 5,13-14).

Vejam só as maravilhas advindas de Deus. Todos esses temas têm muito a ver com todos nós vicentinos. Por outro lado, aumenta a responsabilidade e o compromisso nossos, em ações que levem à palavra de Deus, à fraternidade, ao combate da violência em meio aos nossos irmãos menos favorecidos e às nossas famílias assistidas.

Recentemente participei do encontro de Formação da Campanha da Fraternidade 2018, promovido pela Arquidiocese de Brasília. Através das palestras ali proferidas abordando as várias formas de violências, tive a oportunidade de presenciar e certificar-me de que a violência é bem maior do que se imagina. Ela não está presente só no trânsito, na atividade criminosa, no tráfico de drogas, no racismo, contra a mulher, nos baixos salários, desemprego, corrupção e tantas outras. A violência está num plano  estrutural e institucionalizada com projetos sociais, isso quando os tem; decadentes, fragilizados que só distanciam, agregam e aumentam  expressivamente a classe dos privilegiados dos mais pobres, gerando indicadores de violência elevados em locais negligenciados pelas políticas públicas. E a corrupção que se alastrou em nosso país? Ela é a expressão clara de que o dinheiro está em primeiro lugar e a dignidade das pessoas e o bem público em segundo.

O que me chamou mais a atenção – e é aí que entra a nossa reflexão pessoal enquanto cristãos leigos vicentinos – é a maneira de pensar que o combate à violência seja papel do poder, das autoridades em segurança pública, da polícia etc. Não paramos para refletir que essa violência pode começar em nossas casas, nas casas de nossos assistidos, no nosso trabalho, comunidade, Paróquia, enfim, nas nossas relações interpessoais manifestadas por apenas palavras grosseiras, comentários maldosos, críticas infundadas, intolerâncias, desrespeito às filas, ao trânsito. A violência se manifesta, ainda, pela ausência de atenção, de carinho, de afetividade, acolhida, pela negligência, falta de colaboração, compreensão do outro etc. Também no “prazer” de usar as redes sociais compartilhando cenas de nudez, violência e quadros deprimentes, que em fração de segundos espalham a intimidade das pessoas, como se fossem banalidades e não ponderando que está diante de um  irmão fragilizado naquela situação. (Mt 23,8).  Isso sem falar que por trás, está uma família sendo desrespeitada também, além de estar vivendo por momentos difíceis tem sua privacidade violada.

Portanto, irmãos em Cristo e vicentinos, sejamos principalmente nesta Quaresma, combatentes dessas violências que estão ao nosso alcance onde quer que estejamos: em nossa casa, família, trabalho, em especial pelos nossos assistidos e suas famílias.

Devemos ser construtores de pontes ao invés de muros como afirma o Papa Francisco.

Que nossa conduta seja envolvida numa atmosfera amorosa, alegre e acolhedora. Sejamos a influência promovedora da paz, da saúde e do crescimento pessoal, espiritual e material dos nossos irmãos menos favorecidos.

Que também, nesses 40 dias, façamos renúncias de alguns vícios como: fumar, ingerir bebidas alcóolicas, dependência do celular,  redes sociais e tantas outras.

Sejamos “Sal da terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14).

Aos confrades e consócias, que nosso Senhor Jesus Cristo nos ajude na luta da superação da violência e na nossa conversão. A todos uma boa e abençoada Páscoa.

* Consócia Maria Amélia, vice-presidente do Conselho Metropolitano de Brasília da SSVP e coordenadora da Ecafo do Conselho Central Santo Antônio (Gama/DF).

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